Acontece que as uvas se encontravam bem no alto, numa altura bem díficil de ser alcançada. Mesmo assim a raposa tomou impulso, pulou, mas não conseguiu nem chegar sua patinha perto das frutas. Tentou mais umas três vezes, e sempre sem sucesso. Já babando de desejo de devorar calmamente aquelas suculentas uvas negras, a raposa se afastou o bastante para uma boa carreira, correu o mais rápido que pode, e usou o seu mais poderoso impulso possível. Mesmo assim, para a sua infelicidade, suas patinhas não chegaram nem a meio metro da Parreira.
As uvas eram tão gostosas, mas tão gostosas, que parecia que seus gomos iam explodir de sumo. E a raposa, coitada, babava tanto, que já nem parecia que a baba provinha da vontade de se alimentar de algo delicioso, mas sim da impossibilidade que tal Parreira lhe infligia. A raposa então, com olhar de resignação, deu de costas e seguiu o seu caminho.
E vocês devem estar se perguntando neste exato momento: - Ué, ela não vai dizer a famosa frase: "Fodam-se essas uvas! Estão verdes mesmo...!"
Pois não é que a raposa nem disse nada! Voltou pra casa, pegou uma serra elétrica, cortou a árvore e papou todas as maravilhosas uvas, negras e suculentas, até não se agüentar mais de saciedade. Depois do feito, disse a raposa: - Até que poderíam estar mais docinhas...
Moral da fabulinha: nenhuma. Acabou-se a moral.
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