Há uma inversão da alma. Você pega a sua alma e a coloca de trás pra frente. Pra fazer isso você tem que chutar a alma. Chuta que nem se fosse um pedaço de lixo. Como se a tivessem dado de graça. E o que sobra? - você ao contrário. Adquirindo os sentimentos desnecessários, os aminoácidos do sumiço, as virtudes embotadas que te levam ao orgasmo pleno de hoje em dia.
A guerra de pernas em vez de capacetes. Em vez de armaduras, tudo mundo nu. Você pode perder algo mais que seu celular no meio daquele campo de batalha. Algo que se perde para sempre, ou por muito tempo, pelo menos. E não adianta fugir. Há o fluxo. O Fluxo te puxa e te broxa. Não se decepam mais cabeças. Decepam-se órgãos sexuais. Os tiros vêm de todos os lados. O gás mostarda atinge a esfinge do teu conhecimento.
O campo não é neutro. Pertence ao capitalismo de vanguarda, falso, venezuelano. Aquele que se baseia na ditadura. É a dita dura mesmo. E alguma voz feminina te sussura: "Me chama de Dilma que eu te chamo de Ratzinger." "Não foge, não! A pedofilia da alma é pior que a da idade!" Te chamam de Raposão, de Filho-da-puta! Tanto, que você acaba se tornando um mesmo. Hoje não se escolhe mais o que se quer ser, escolhem por você e pronto. Huxley acertou, mas errou na intensidade. A coisa é bem pior. É muito mais sub-reptícia.
Hoje sonhei com uma mulher, que uma vez conheci. E eu estava numa cidade longínqua, onde estive uma vez. Com pessoas longínquas, algumas nem tanto. Homens querendo aquela mulher assim como eu. E ela não queria ninguém. Ela queria sua liberdade de ir e vir. Quem disse que o amor restringe os pés, ou a alma?
E eu cedi essa mulher pra um amigo, sem nem ele consegui-la. E cedê-la significava ter o seu telefone, seu secreto número de telefone, que começava com o número cinco. Faz sentido, de acordo com o lugar, agora eu sei...
Esse "interlúdio" nada tem a ver com nada. Não consigo encontrar o significado. Talvez explique algo que procuramos ao avesso. Que não temos que nos embrenhar em nada mais do que em nós mesmos. Temos que foder a nós mesmos, e nos engravidar, e nos gerar de novo, pra só depois pensarmos em "novos". Temos mesmo é que nos foder pra entender alguma coisa. (risos)
E a guerra continua. É um conflito mundial, uma força oculta, irradiando pelo ar, como uma Hiroshima sexual, comportamental. A escala cromática das luzes que faltam, e que quando no meio da penumbra, não se sabe mais em quem se está tocando, nessa orgia fundamentalista a pergunta na entrada é: "Devora-me ou te decifro!".