sábado, 13 de outubro de 2018

Into the Mystic


Vamos dar as mãos e dançar sob a lua essa balada azul que colore o chão e arrasta nossos pés sem a gente querer. E enquanto a música andará nós rodaremos, e rodaremos até nossos braços passarem por cima e nos entrelaçaremos nessa lua barata de cristal mediterrâneo. Sei que o tempo só passa quando se dança, ai, queria eu fosse isso assim... Mas enquanto há dança haverá o tempo de viver. Vamos largar tudo e viver rodopiando. Só com nada mais além da esperança de uma agulha num disco de vinil. Equilibrando sobre a música reluzente como um surfista incauto. Ondas imensas e maravilhosas passarão por nós. Vamos descer à música como se desenlaçam os nós. Vamos ouvir fora dos ouvidos e eu vou passar a mão pela sua cintura de cetim, e te colocar em mim, e te soltar de novo para o mundo, e com o elástico do vento você voltará e cairá na minha boca de festim, e vai estourar seus fogos pelos olhos cheios de suspiros e açucarados haveremos de encontrar o nirvana numa roda de montanhas e sulcos mágicos na voz de algum poeta de rua, cantor de boutique, violonista de araque estupendo, pintor de bordel, artista magno, César e Czar, que vai nos atirar aos furacões, vai nos atiçar aos leões, vai nos enevoar de balanço rítmico. E ao som de um violão descascado vamos juntar nossos vernizes dourados, vamos arder no fogo armado, preparado, colocado, fabricado para nos encurralar num beco sem saída, onde eu vou te tocar os ombros, e te girar até o mundo parar para nos assistir dançar.



Image result for into the mystic