quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

CHARGE 4


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia Brasileira

Sabem porque o Brasil é uma merda? Porque a gente não faz nada.





quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sonho

O salão estava cheio. Não era uma multidão, mas a música tomava todas as dores e as transformava em mate leão. Ele tomava seu mate apoiando um cotovelo sobre uma das mesinhas. O ar-condicionado não funcionava e a chuva trazia calor e umidade da rua.

A música era ótima sempre, e os músicos pessoas maravilhosas, mas quando a menina foi chamada ao palco... ninguém conseguiu palavras para descrever a sua beleza. Se ela valesse alguma coisa não seria tão linda assim, sendo tão linda assim... pensou alguém.

E no segundo anterior, quando ela pegou o microfone e começou a cantar, o tempo parou. E as pessoas a olhavam e era o mundo todo a olhar. E quando as guitarras soaram por trás dela, e sua voz ampliou o ar, as vidas fizeram sentido, finalmente a voar.

E ele olhando aquilo tudo, não tirava os olhos dela, e em seus devaneios imaginou como seria se de repente ela levantasse, saísse cama e graciosamente do palco, ainda solfejando seu último canto, e dirigisse seus pezinhos delicados de valsa na direção dele. E chegasse a ele, e sem a menor indecisão, mas com calma, muita calma, aos olhos atentos, ela o beijasse com ternura - os lábios seus e dele, voluptuosos, num tesão angelical e quase puro.

E ele então acordou de sua mente boba e pensou na bobagem que sonhava e viu que isso seria realmente lindo, mas que obviamente impossível. E se afundou no mate, enquanto a música dos anjos fluía como um vento bom dos lábios da musa maravilhosa e impossivelmente branca - véu de cristal.

Então, de repente ela se levantou. E saiu tão calmamente do palco que ninguém quase percebeu - olhos grudados e atentos. E fez a pequena curva no salão, circundando o público e a própria música que ela levava, e andando como se levitasse sem descolar de seu chão, seguiu na direção dele, que já de queixo caído, restava no próprio mate leão.

E parando, se inclinou para a frente e em direção da face dele, e ele pensou: "Não é possível, vai acontecer?". E de repente, não mais que de repente tacou-lhe uma bofetada na cara que o marcou até o final de semana.




quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Poesia

Ah...seu corpo...
Nele encontram-se as águas do verão


Poesia
Das flores nascem sementes
Das sementes nascem flores
Ah... das flores e das sementes bem cuidadas
Nasce o seu corpo nu.


Viagra


O que tiver que vir viagra.




sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Recomendo


Eu recomendo como.



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Inquisição

Quanta poeira será preciso
Pra apagar essa fogueira?

Quanta força será preciso
Pra se libertar desta forca?

Quanto amor será preciso
Pra se aceitar a dor?

Quanta clausura será preciso
Pra esconder esta queimadura?

Quanto prurido será preciso
Pra se curar o membro ardido?

Quanta pus será preciso
Para se encontrar a luz?

Quanta cegueira será preciso
Pra se apagar essa fogueira?

Não sei.

A palavra não dói.



sábado, 5 de janeiro de 2013

CHARGE II


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Os Fogos estão aí!


Pelo olhar de um conhecido meu...

Andava-se. Seguia-se sempre em frente. O bairro era congênito. A multidão! O povo engolia o espaço menos o tempo. Gente. Muita gente! Seguia-se em frente, sempre em frente, e cada vez mais gente! No meio do caminho a loucura. E muitas barraquinhas desmontadas na areia serviam de pontos cardeais. Gente!, o mar era gente! Povo! A alegria de muitos fedia. Massa humana olhava como uma só, portava-se como um. O fascínio do medo. Da multidão, de muita gente, de uma criança no pescoço, nos ombros, sem entender! Pronta pra chorar! Nunca se viu tanta gente em nossos olhos. Eu já despedaçado, e a criança a se despedaçar. Mas seguia-se sempre em frente, e o "em frente" não acabava, e o mar não chegava, mas já estava, e os olhos não atravessavam a massa, e foi me dando uma loucura, de que a coisa é da pá-virada, ou sou eu que tô errado, ou será - ela me mata... mas que responsabilidade, eu num deserto entupido...bastava um espirrar e o ano novo acabava já!

No fim, o mar. Mesmo assim a turba. Pobre raça humana feliz, torrando seus créditos e mesadas pra ver o esplendor de alguma beleza ilusória rápida e bancada por infelizes. Pobre massa encantada... Não realiza nada. Não entende nada. Só pára pra ver. Foram uns 20 minutos de eternidade ejaculada ao céu. E o Rio mostrou à que veio, e a quem tanto chegou. Lindo! Foi lindo e assustador! Deu pra doer à onda... Você está preso à onda. Não há como fugir! Não há para onde olhar! Não há lugar! O espaço é uma ilusão. Basta um espirrar e o mundo se acaba na multidão. E o Estado, feliz; e o Povo, na sua ignorância - criança -, em cima de um ombro múltiplo viu, acima de tudo e de todos, no brevíssimo segundo em que os fogos cessaram no ar, o alto do Morro do Cantagalo disparar, espirrando seus fogos pelo ar,  para mostrar a quem conseguisse entender: tá tudo dominado! Feliz 2013!!!


Foto dos fogos do Cantagalo (Foto do site da Globo)