segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Pão

 

Jack no meio do labirinto. Vou para a esquerda ou para a direita? Melhor pular. Mas pular não pode. Não está nas regras, não existe. Então dou uma de covarde e volto! Voltar também não pode. Não está nas regras, não existe! Voar pode mas eu não sou passarinho. O que fazer? Vou sentar e esperar. Mas aí o tempo passa e não fui para lugar algum. Então vou escolher ir pela direita. Pronto, fui! Mas... como teria sido se eu fosse pela esquerda?

Ai, o destino... Para o destino não existe lado nem direção pois que ele chega de qualquer maneira, passando por cima desses conceitos meramente humanos e infantis. Ir para a esquerda ou para a direita não faz  menor diferença eis que o destino avisa que o que aconteceu era pra ter acontecido. Nada acontece por acaso! As coisas são o que são porque são o que tem que ser. Será? 

Somos a quintessência da bipolaridade somos uma briga constante entre o que somos e a parcela restante que protesta e luta contra. Nossa essência é uma, porém somos divididos por uma massa negra como um plasma de um planeta e uma parte branca menor que nos rodeia tentando entrar. 

Nossa alma é miscigenada - branca e negra - não há história que nos convença do que somos, mas somos o convencimento histórico do que não somos. Nossa briga maior é contra nós mesmo, e a última parada é fazermos as pazes com nós mesmos. Alguns consegue, outros refletem, parados na encruzilhada da existência, sem saber pisar na direita ou na esquerda. 

Será que faz diferença para que lado vamos? Se fomos para um lado nunca saberemos o resultado da outra escolha, portanto penso que não faz a menor diferença. O lado que escolhemos era pra ser assim. Nada  acontece por acaso. Todo o resultado encontrado no futuro reside na certeza de que era para ser assim, não poderia ser diferente. Não existe alternativas para o passado, e o futuro ainda não existe, e o presente à partir do momento em que pensamos nele já passou. Será então a vida uma mera ilusão? Dentro desse sofisma dogmático entramos numa padaria e compramos um pedaço de pão.




terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Velho

 

Sabe essa árvore que te dá sombra

Que te protege do vento

Que te alimenta com os frutos da terra?

É velha!


Sabe esse rio que te conduz pelas cidades

Que te leva com o vento

E que te alimenta com peixes

É velho!


Sabe essa montanha que te dá segurança

Que te abriga no seio dos vales

E que te alimenta à vizinhança?

É velha!


Sabe aquela chuva que te reinventa

Tanto o teu corpo quanto à tua alma

E que alimenta o que te alimenta?

É velha!


Sabe essa terra, que tu chamas de Terra

Por ser feita do que tu vens

E que te alimenta quando tu erras?

É velha!


E sabes tu

Que não queres envelhecer?

Pois saibas bem!

Que na natureza

Tudo é velho!