Na caminha, o meu amor desliza. Sob sonhos murmurados. Apenas inteligíveis aos pássaros, e aos que possuem tal filtro d'alma.
A vida prossegue estagnada. Enquanto há insônia não há nada. Se você é artista não há música que baste, se você é ator, não há procênio armado, se você é Modigliani falta a tinta, e os ovos para sua composição.
A insônia é a alma vazia. Mas o que é o vazio? É um elevador parado, cheio de pensamentos, a luz se foi faz tempo, e a vela se dirige ao dia. As portas hão de abrir de manhã. E é como se uma manada estivesse pronta, em energia estática, pronta para passar-lhe por cima. Amassar-lhe os ossos e sussurar em seus ouvidos: Sônia... Sônia... A deusa da insônia lhe chama e lhe ri gargalhadas.
A insônia é quando Deus nos avisa. Você não é você, querido. Você é o que lhe resta. O seu inconsciente é o que manda. Sua razão é 1%. Você não lhe pertence, assim como seu sono.
E na caminha a menina floresce. Cansada, paga o preço do dia que passou. Sorte dela. Espero sonhe comigo. Enquanto eu, acordado, sonho com ela.
Eu sempre sonho com você, você está em mim como eu estou em você...
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