quarta-feira, 8 de junho de 2011

Insônia

A insônia é uma falange. A Insônia é um cabo de guerra. É você contra você. E nenhum dos dois vence, e não há trégua. Já dizia o I Ching "São dois no ringue, você e você."

Na caminha, o meu amor desliza. Sob sonhos murmurados. Apenas inteligíveis aos pássaros, e aos que possuem tal filtro d'alma.
A vida prossegue estagnada. Enquanto há insônia não há nada. Se você é artista não há música que baste, se você é ator, não há procênio armado, se você é Modigliani falta a tinta, e os ovos para sua composição.

A insônia é a alma vazia. Mas o que é o vazio? É um elevador parado, cheio de pensamentos, a luz se foi faz tempo, e a vela se dirige ao dia. As portas hão de abrir de manhã. E é como se uma manada estivesse pronta, em energia estática, pronta para passar-lhe por cima. Amassar-lhe os ossos e sussurar em seus ouvidos: Sônia... Sônia... A deusa da insônia lhe chama e lhe ri gargalhadas.

A insônia é quando Deus nos avisa. Você não é você, querido. Você é o que lhe resta. O seu inconsciente é o que manda. Sua razão é 1%. Você não lhe pertence, assim como seu sono.

E na caminha a menina floresce. Cansada, paga o preço do dia que passou. Sorte dela. Espero sonhe comigo. Enquanto eu, acordado, sonho com ela.



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