É o Sol que brilha na manhã profunda
E a nuvem que pelo céu tece
É a noite dissolvida em cor rotunda
A areia que me arde e cega os olhos
É como a brisa que tira barcos da visão
E um coqueiro, que parado de molho
É a própria vertigem da sensação
A casa que se apóia no fim do declive
Se segura apenas num deslize
E já há muito tempo caiu na imensidão
Como minhas mãoes presas às tuas
Puderam um dia ver-te à ventura
Correr agora em minha direção