terça-feira, 11 de setembro de 2018

Caixas


Pessoas são como caixas. Umas são cheias, outras são vazias. E isso é óbvio e fundamental (embora sempre exista a possibilidade de estarem pela metade, aí tudo fica mais complexo). As cheias podem ser cheias de ouro, ou cheias de merda. Podem ser cheias de dinheiro, ou cheias de lixo. Podem ser cheias de livros, ou cheias de papéis em branco. Mesmo as vazias podem ser cheias de ar ou de vácuo. As vazias podem ser cheias de fedor ou de perfume. Caixas nos enganam. Nunca sabemos realmente o seu conteúdo a não ser depois de abertas. Pessoas são como caixas.

No entanto, o ar pode estar infestado ou puro, o lixo pode ser reciclado e trocado por dinheiro, e com dinheiro se compra ouro, papéis brancos viram livros - quem sabe, e mesmo da merda brotam flores (depende da merda é claro, tudo depende).

Caixas podem ser de papelão ou de madeira. Podem ser de pedra bem dura que dura mil anos, ou de chocolate que derrete e raramente dura mais que dez minutos.

Ah, sim! Caixas podem ser transparentes, de vidro ou de plástico. As de vidro são duvidosas, nos cortam e nos machucam, caem e no menor descuido deixam de ser caixas. As de plástico são geralmente jogadas fora e passam milênios poluindo o meio ambiente. Essas duas são bem interessantes pois são as únicas em que se pode ver dentro. Porém, podem ser verdes, amarelas, vermelhas, claras, escuras, foscas, decoradas, etc. Neste caso mudam a percepção do conteúdo, são hipócritas, mentirosas, às vezes inibidas, tímidas, inseguras, artístas...

Caixas podem ser redondas, bem gordas, ou finas, quadradas, altas, baixas, feias, bonitas... Quando a gente compra algo pouco importa a caixa, mas quando entregamos algo a caixa é da maior importância. Caixas são confusas, e são feitas para confundir e/ou proteger.

Pessoas são como caixas.

Não sei como terminar esse texto. Acho que esqueci dentro de alguém.



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