segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Bem Vindo ao Mundo

O ser Humano é o pior ser que existe.

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Eu estava assistindo a um programa na televisão sobre como são processados e industrializados os ingredientes utilizados na culinária chinesa nos EUA. Não deve ser muito diferente na China, nem no Brasil ou em qualquer lugar. Com certeza variam apenas as quantidades.

Um dos elementos era o pato. O pato é o ingrediente principal de um famoso prato chamado Pato de Pequim. Todo mundo sabe que este é um dos pratos mais importantes da culinária chinesa, então por aí pode-se imaginar que o que vou relatar deve equivaler a um terço do que acontece na China - próximo império a dominar o mundo.



O programa não começa com o pato. Começa mostrando como funciona a indústria do molho de soja, do famoso "rolinho primavera", etc. E quando chega no pato é que o sujeito fica chocado.

Numa imensa "fábrica"; um imenso galpão existe e se encontra entulhado de milhares de patos, machos e fêmeas. Os machos são chamados de "marrecos", e as fêmeas de "patas" mesmo. Os patos são animais dóceis e lindos. Grandes, parecem cisnes. Ao contrário do que se imagina, não são "embebidos" em hormônios, ou qualquer droga. Vivem perambulando pelo confinamento dentro de um imenso galpão, onde ciscam, se relacionam, procriam, etc. (Embora o grosso da procriação seja de forma artificial). 

Quando as patas botam seus ovos, o Homem vai lá e os rouba, e os leva para outra parte da empresa. Desse modo as patas são sempre enganadas e sendo assim, não encontrando seus ovos, são levadas a crer que têm que procriar mais. Assim se dá a super-procriação, onde o processo apenas termina com a morte da pata. Essas patas e marrecos confinados são utilizados apenas para reprodução, e não no prato, e passam a vida toda confinados em algum lugar.

Os ovos são levados para uma sala onde ficam numa temperatura amena, quase fria, esperando o momento de ir para uma outra sala a fim de, aí sim, serem chocados no calor. Enfim são chocados em chocadeiras elétricas, estufas, com temperatura controlada, sem a presença de qualquer Pata/Mãe. Nessas estufas centenas de patinhos nascem e a primeira imagem que veem do mundo é uma luz fria de fábrica de linha de produção, e uma caixa onde centenas deles debatem filosoficamente o seu espaço.

Passam a ser alimentados, numa outra sala, apenas com proteínas, para que gerem massa muscular, e à partir de certa idade (que vem rapidamente), passam a ser alimentados com gordura e carboidratos, para que fiquem "fofinhos e suculentos". 

Quando na idade certa para o abate, aí de acordo com a técnica culinária chinesa, são mortos. Cortam-se as cabeças, as patas e adjacências dos patos, e pasmem: são enfiados numa espécie de cera depiladora, onde seus pelos e pele são devidamente removidos por definitivo. Seus órgãos internos são mantidos dentro do corpo durante o processo.

Após essa imersão, depois da cera ser retirada, cada pato é estocado e vendido para os milhões de restaurantes chineses existentes nos EUA. Mais do que Mac Donald's e Burger Kings (foi a TV que disse isso.).




Como se prepara o Pato de Pequim:

Retira-se os órgãos internos do pato, e tempera-se o ser, internamente, com ingredientes chineses que não vem ao caso. Enfia-se um tubo no pescoço do pato morto, bombeia-se ar até que ele infle como um balão. E cozinha-se o bicho inflado. Pronto.

Agora penso eu... Tudo bem. É apenas uma receita. Comer é preciso, viver não é preciso...ok. Mas confesso que a quantidade, o processamento industrial de um ser, simplesmente pela motivação gastronômica de ser comer bem, ou mal, me assusta. E me mostra que indubitavelmente existe mais gente do que devia neste pequeno planeta, mesmo. 

Consumir um animal para subsistência não é crime. Mas passa a ser quando esses animais deixam de simplesmente existir para si mesmos, e passam a existir para matar a gula, ou fome, de milhões de seres humanos enlouquecidos. A padronização da morte em quantidade, faz parte da natureza psicopata do Homem. Que é capaz  de "cultivar" e mutilar centenas de milhares de animais para se abastecer, sem que haja nesse processo nada de "humano", de ética pelo mais fraco.

E o pior: todos participamos disso de alguma forma, porque somos (passamos a ser) muitos, demais! Precisamos comer, não temos tempo para comer, não temos dinheiro para comer melhor, muitas vezes. E nesse momento de reflexão eu entendo que o pior momento da História foi quando um inglês conseguiu fazer uma máquina funcionar movida apenas a vapor.




A revolução industrial foi a semente que tornou este mundo altamente tecnológico, caótico, e psicopata. Gerou uma necessidade que até então não existia: a da quantidade, a da super-qualidade, o perfeccionismo nazista aplicado ao consumo. E transformou um ser que fabricava suas roupas, e matava seu patinho no laguinho, e fazia sua comidinha no seu fogãozinho normal, num ser psicopata capaz de entrar num supermercado e consumir filas de frangos que não vivem, apenas morrem.

As escolas são, nada mais, nada menos do que, a padronização forçada de cérebros ingênuos, que ao se prepararem para a "vida", estão se preparando para destruir, através do consumo desenfreado e psicopata, um mundo que deveria e poderia ser belo, não fossem as indústrias que matam e inflam nossas almas com idiotices. Somos tratados, enfim, como patos, por nós mesmos.

Não sou comunista. Odeio comunismo. Sou capitalista porque acredito no valor das coisas e na força de trabalho, livre, e pacífica. Mas o que acontece no mundo hoje em dia, para mim, ainda nem possui nome. Vivemos um "ismo" que nem sabemos ainda qual é. Só sabemos que resultará em crises hediondas, onde patos e seres humanos serão devorados por parte da sociedade que pode devorar. A sociedade do super-capitalismo louco, sem limites, desenfreado. Da China, que constrói e destrói coisas belas, como uma imensa São Paulo sem fim, que dará certo, pois sempre deu. Ao contrário, eles são competentes.

Voltando à revolução industrial. A ramificação desse padrão gerado no século XIX é o responsável pelas inovações de nossa era contemporânea. Enfim, um gadget, um celular, uma TV de plasma, estão diretamente ligados ao super consumo das massas, ricas e pobres, que engolem o Planeta Natural como se fosse oxigênio (que é realmente necessário em alta escala).

Fico aqui pensando nos satélites, nas naves que estão sendo ainda projetadas, para que um dia possamos descobrir que não estamos sozinhos no espaço, no Universo. E fico pensando na matança desenfreada de nosso planeta, em todos os níveis, simplesmente porque se faz importante que uma multidão de gulosos comam seus Patos de Pequim e carreguem seus zilhões de IPhones nas tomadas. E tudo isso, no final alimenta uma necessidade louca de conseguir ter a certeza de que não estamos sós no Universo.

Conhecem aquele ditado que diz: "Você planta milho; você colhe milho."? Pois é. Eu espero não estar mais aqui quando alguns "marcianos" resolverem descer nesse nosso planeta e, quem sabe, acharem que os testículos do Homem dariam uma iguaria fantástica aos seus refinados paladares . 


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