terça-feira, 6 de abril de 2010

Tempo

A chuva que cai na tarde bege
É o Sol que brilha na manhã profunda
E a nuvem que pelo céu tece
É a noite dissolvida em cor rotunda

A areia que me arde e cega os olhos
É como a brisa que tira barcos da visão
E um coqueiro, que parado de molho
É a própria vertigem da sensação

A casa que se apóia no fim do declive
Se segura apenas num deslize
E já há muito tempo caiu na imensidão

Como minhas mãoes presas às tuas
Puderam um dia ver-te à ventura
Correr agora em minha direção

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Os russos

Como um povo tão frio pode ter gerado os maiores, bailarinos, concertistas, compositores, escritores etc? A tristeza, a doença e a tragédia milenares e no sangue. As flores só nascem da terra suja. Há uma compensação universal, pra tudo neste mundo. E há lastro na grande arte.